quinta-feira, 8 de novembro de 2018

         
                                                          O Muro
 Esta noite tive um sonho com pessoas muito queridas e outras completamente desconhecidas. Dentre tantos acontecimentos, um fato chamou-me a atenção: duas mulheres, que jamais vira nesta vida, comentavam a respeito de um texto meu que fora compartilhado em uma rede social – detalhes muito claros: a pessoa que compartilhou era uma desconhecida e morava em Portão; o título – este daí: O Muro.

 Passei a manhã inteira pensando sobre este tema... qual a relevância deste assunto? Por que meu subconsciente escondeu este pensamento e o trouxe à tona em forma de sonho?

 Depois de muito meditar, as coisas foram clareando na minha cabeça.

 Comecei pelo pensamento primevo: é uma estrutura sólida feita dos mais variados materiais, para separar ou proteger algum espaço. E ainda existem os mais variados tipos; o muro de arrimo, por exemplo, usado para suportar, conter aterros (grandes volumes de terra) ou mesmo para preservá-lo. Lembrei-me das Muralhas da China, que são nada mais nada menos que um imenso Muro que protegia de invasões. Temos o tão famoso Muro de Berlim... hoje apenas uma triste lembrança da tentativa de separar um mesmo povo.

 Há o muro inglês! Que descoberta incrível... são painéis de flores, folhagens e etc com fins decorativos!!!

 A cantora Pitty, em versos diz que estes foram “construídos pela visão limitada de alguém”; o que concordo plenamente. Já Francisco, na letra de sua música diz que “ Eu não nasci para ser muro em branco não”.

 Mas ainda eu me pergunto porque eu teria escrito um texto com tal título!

Talvez eu me sinta presa em alguma espécie de Muro invisível e intransponível. Certas palavras, pensamentos acabam por prisioneiros de certas “normas” convencionadas como sociais e morais. Talvez, ainda, por não poder expor meu pensamento sem que muitos venham contestá-lo pois não comungam da mesma ideia. Às vezes, é só vontade mesmo de DIZER... FALAR... EXPRESSAR; por puro cansaço deste ranço que anda por todos os cantos nos comprimindo como se fôssemos um aterro a ser contido; uma muralha para impedir que novas ideias invadam a mesmice de muitos; uma forma de apartheid do povo – as pessoas de bem/as pessoas ruins, os pobres/os ricos, os privilegiados/os desprovidos e por aí vai... e que tal o muro inglês? Gente, para mim isto é o que chamamos de “fachada”, e há tantas por este mundo de Deus!

Não posso esquecer a questão poética nesta história: a metáfora da Pitty é perfeita! Somente e tão somente uma pessoa de visão extremamente limitada para impor barreiras, sejam elas quais forem!

Eu decidi o mesmo que Francisco: não quero ser um muro em branco não! Primeiro: não quero ser Muro; não quero prender nada nem ninguém; nunca tive uma mente limitada...sou LIVRE, sem fronteiras e meu pensamento voa...MUITO! “Em branco”, jamais... trago comigo as cicatrizes do que vivi de ruim e o colorido das tantas, muitas e maravilhosas experiências que tive nesta vida.

Sou vento... sou água...  sou terra... sou fogo!

Ser assim, com este espírito passarinheiro me faz feliz mesmo que não contente a todos. E não tenho esta pretensão.

Ah! Não posso esquecer de outra palavra bastante simbólica: PORTÃO! Está aberto para quem quiser e tiver coragem de passar rumo à LIBERDADE!