O Muro
Esta
noite tive um sonho com pessoas muito queridas e outras completamente
desconhecidas. Dentre tantos acontecimentos, um fato chamou-me a atenção: duas
mulheres, que jamais vira nesta vida, comentavam a respeito de um texto meu que
fora compartilhado em uma rede social – detalhes muito claros: a pessoa que
compartilhou era uma desconhecida e morava em Portão; o título – este daí: O
Muro.
Passei
a manhã inteira pensando sobre este tema... qual a relevância deste assunto? Por
que meu subconsciente escondeu este pensamento e o trouxe à tona em forma de
sonho?
Depois
de muito meditar, as coisas foram clareando na minha cabeça.
Comecei
pelo pensamento primevo: é uma estrutura sólida feita dos mais variados
materiais, para separar ou proteger algum espaço. E ainda existem os mais
variados tipos; o muro de arrimo, por exemplo, usado para suportar, conter
aterros (grandes volumes de terra) ou mesmo para preservá-lo. Lembrei-me das
Muralhas da China, que são nada mais nada menos que um imenso Muro que protegia
de invasões. Temos o tão famoso Muro de Berlim... hoje apenas uma triste
lembrança da tentativa de separar um mesmo povo.
Há
o muro inglês! Que descoberta incrível... são painéis de flores, folhagens e
etc com fins decorativos!!!
A
cantora Pitty, em versos diz que estes foram “construídos pela visão limitada
de alguém”; o que concordo plenamente. Já Francisco, na letra de sua música diz
que “ Eu não nasci para ser muro em branco não”.
Mas
ainda eu me pergunto porque eu teria escrito um texto com tal título!
Talvez
eu me sinta presa em alguma espécie de Muro invisível e intransponível. Certas
palavras, pensamentos acabam por prisioneiros de certas “normas” convencionadas
como sociais e morais. Talvez, ainda, por não poder expor meu pensamento sem
que muitos venham contestá-lo pois não comungam da mesma ideia. Às vezes, é só
vontade mesmo de DIZER... FALAR... EXPRESSAR; por puro cansaço deste ranço que
anda por todos os cantos nos comprimindo como se fôssemos um aterro a ser
contido; uma muralha para impedir que novas ideias invadam a mesmice de muitos;
uma forma de apartheid do povo – as
pessoas de bem/as pessoas ruins, os pobres/os ricos, os privilegiados/os
desprovidos e por aí vai... e que tal o muro inglês? Gente, para mim isto é o
que chamamos de “fachada”, e há tantas por este mundo de Deus!
Não
posso esquecer a questão poética nesta história: a metáfora da Pitty é
perfeita! Somente e tão somente uma pessoa de visão extremamente limitada para
impor barreiras, sejam elas quais forem!
Eu
decidi o mesmo que Francisco: não quero ser um muro em branco não! Primeiro:
não quero ser Muro; não quero prender nada nem ninguém; nunca tive uma mente
limitada...sou LIVRE, sem fronteiras e meu pensamento voa...MUITO! “Em branco”,
jamais... trago comigo as cicatrizes do que vivi de ruim e o colorido das
tantas, muitas e maravilhosas experiências que tive nesta vida.
Sou
vento... sou água... sou terra... sou
fogo!
Ser
assim, com este espírito passarinheiro me faz feliz mesmo que não contente a
todos. E não tenho esta pretensão.
Ah!
Não posso esquecer de outra palavra bastante simbólica: PORTÃO! Está
aberto para quem quiser e tiver coragem de passar rumo à LIBERDADE!