quinta-feira, 26 de março de 2020

Quarentena

Não sei ao certo o que nos aguarda lá na frente...os dias têm sido lindos e cheios de luz! Às vezes, parece a cena de algum filme de ficção... daqueles de roteiro duvidoso, sem muito nexo entre as ações. Procuro uma lógica, explicação ou sentido para o que estamos vivendo. Cada um a seu modo procura fazer algo diferente todo dia  com a intenção de não surtar, de se manter orientado, focado. Tenho me mantido em casa o mais possível...desde que começou, sai apenas duas ou três vezes para atender necessidades de meus pais, mas tenho visto pessoas na rua, pequenas aglomerações! Penso: será que elas estão certas? Devo manter o resguardo? É muito complicado a unanimidade! Cada qual apresenta argumentos para justificar a contrariedade de tudo que orientam as áreas responsáveis pela condução de estratégias para a pandemia do Covid-19.
Não podemos gozar de nossa liberdade de ir e vir... Sempre quando perdemos algo é que a ausência se manifesta forte e insistentemente!

quinta-feira, 8 de novembro de 2018

         
                                                          O Muro
 Esta noite tive um sonho com pessoas muito queridas e outras completamente desconhecidas. Dentre tantos acontecimentos, um fato chamou-me a atenção: duas mulheres, que jamais vira nesta vida, comentavam a respeito de um texto meu que fora compartilhado em uma rede social – detalhes muito claros: a pessoa que compartilhou era uma desconhecida e morava em Portão; o título – este daí: O Muro.

 Passei a manhã inteira pensando sobre este tema... qual a relevância deste assunto? Por que meu subconsciente escondeu este pensamento e o trouxe à tona em forma de sonho?

 Depois de muito meditar, as coisas foram clareando na minha cabeça.

 Comecei pelo pensamento primevo: é uma estrutura sólida feita dos mais variados materiais, para separar ou proteger algum espaço. E ainda existem os mais variados tipos; o muro de arrimo, por exemplo, usado para suportar, conter aterros (grandes volumes de terra) ou mesmo para preservá-lo. Lembrei-me das Muralhas da China, que são nada mais nada menos que um imenso Muro que protegia de invasões. Temos o tão famoso Muro de Berlim... hoje apenas uma triste lembrança da tentativa de separar um mesmo povo.

 Há o muro inglês! Que descoberta incrível... são painéis de flores, folhagens e etc com fins decorativos!!!

 A cantora Pitty, em versos diz que estes foram “construídos pela visão limitada de alguém”; o que concordo plenamente. Já Francisco, na letra de sua música diz que “ Eu não nasci para ser muro em branco não”.

 Mas ainda eu me pergunto porque eu teria escrito um texto com tal título!

Talvez eu me sinta presa em alguma espécie de Muro invisível e intransponível. Certas palavras, pensamentos acabam por prisioneiros de certas “normas” convencionadas como sociais e morais. Talvez, ainda, por não poder expor meu pensamento sem que muitos venham contestá-lo pois não comungam da mesma ideia. Às vezes, é só vontade mesmo de DIZER... FALAR... EXPRESSAR; por puro cansaço deste ranço que anda por todos os cantos nos comprimindo como se fôssemos um aterro a ser contido; uma muralha para impedir que novas ideias invadam a mesmice de muitos; uma forma de apartheid do povo – as pessoas de bem/as pessoas ruins, os pobres/os ricos, os privilegiados/os desprovidos e por aí vai... e que tal o muro inglês? Gente, para mim isto é o que chamamos de “fachada”, e há tantas por este mundo de Deus!

Não posso esquecer a questão poética nesta história: a metáfora da Pitty é perfeita! Somente e tão somente uma pessoa de visão extremamente limitada para impor barreiras, sejam elas quais forem!

Eu decidi o mesmo que Francisco: não quero ser um muro em branco não! Primeiro: não quero ser Muro; não quero prender nada nem ninguém; nunca tive uma mente limitada...sou LIVRE, sem fronteiras e meu pensamento voa...MUITO! “Em branco”, jamais... trago comigo as cicatrizes do que vivi de ruim e o colorido das tantas, muitas e maravilhosas experiências que tive nesta vida.

Sou vento... sou água...  sou terra... sou fogo!

Ser assim, com este espírito passarinheiro me faz feliz mesmo que não contente a todos. E não tenho esta pretensão.

Ah! Não posso esquecer de outra palavra bastante simbólica: PORTÃO! Está aberto para quem quiser e tiver coragem de passar rumo à LIBERDADE!

quarta-feira, 17 de junho de 2015

RECOMEÇAR

Novo caminhar...pernas bambas, perdidas;
Em busca de um novo lugar,
Em novo coração... Amar!
Ah! Como não se apaixonar...
A vida, que assola, é a mesma que consola;
Traz um novo olhar sobre o mundo...


sábado, 8 de dezembro de 2012

       I,IN,IM - NÃO!

Inegável, irrelevante;
Irresponsável, irreversível;
Irrepreensível, ilógico:
Insuportável, intolerante;
Incompreensível, indolor;
Indiscutível, indiscreto;
Insignificante, intragável;
Incoerente, incorreto;
Incondicional, inconcebível;
Impossível, improvável;
Imprudente, imparcial;
Impecável, imperceptível;
Imperdoável, impertinente;
.........................
Inseguro,
Insatisfeito,
Insano,
Amor!


sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

               PSIU

Silêncio!
Para e escuta o som do silêncio.
As palavras num ritmo delirante
batem contra as paredes e corpo
até chocarem-se com o coração!
E, então, uma série de reações:
os olhos procuram dizer 
o que os lábios não pronunciarão;
a respiração, por sua vez,
tenta chamar atenção.
Ofegante, 
optou por calar!
O corpo sente calafrios,
tremores.
Palavras presas querem sair!
Pululam,agitam-se!
Há uma única maneira de ouvi-las:
é preciso despertar a atenção;
fazer os olhos verem
todos os sinais que o corpo dá.
É indispensável 
ouvir com o coração!


segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

   
                                                Um voo de Liberdade

          Corpo mole,viscoso. Causa repugnância para muitos aquele ser que rasteja por entre galhos e folhas. Provoca susto,medo. Na sua moleza de viver, a tudo desconsidera porque falta-lhe razão para perceber. E vai vivendo,rastejando molemente,vagarosamente...sem pressa de viver. Possui muitas cores...não se dá conta desta beleza...há quem as aprecie e observa. 
          No entanto,de uma hora para outra algo acontece e seu andar não é mais infinito,sem rumo certo como pensara. Aflora a necessidade de fixar-se. Fazer morada. Instintivamente busca um lugar seguro e abrigado muitas vezes da claridade. Isola-se neste mundo e deste mundo. É chegado o momento de voltar-se para si...recolher-se..reconhecer-se...perceber-se. Sentir-se! A mobilidade é pouca e a cada dia que passa reduz-se mais e mais. A vida agora é apertada, espremida. Dói este novo viver. Quem vislumbrava horizontes,hoje tem uma visão limitada ou quase cega. A vida segue... num pulsar imperceptível. Por dias fica assim recolhida nesta nova casca que a aprisiona.Gaiola sem grades.
          Até que um dia, como num suspiro de anjo, a casca rompe-se e ela assustada sente que é preciso sair... ver o que há lá fora. Sente-se estranha,não é mais como era... Num processo vagaroso movimenta-se em busca da luz. Depois de demorada espera e resignação a liberdade por prêmio. Medrosa vai saindo aos poucos. Carrega consigo não mais um corpo mole e viscoso... possui longas pernas e asas! Isto mesmo: asas! Leves,translúcidas e coloridas. Encanta-se com a nova forma. Não seria mais motivo de asco...livre deste estigma. E agora? Sua forma mudara,por conseguinte sua vida também. Um pouco de medo a assombra...é sempre assim com o desconhecido. A descoberta como novo ser provoca insegurança. Permanece por um tempo imóvel. Suas asas levemente úmidas e amassadas começam a tomar forma. Em questão de minutos e lá está ela...linda e esplendorosa...a borboleta! Alguém,um poeta certamente,disse que são flores que voam...e devem ser mesmo, dada sua beleza.
            É nesta hora, consciência de liberdade, que o medo maior sucede: como fazer para sair daquele lugar? No interior da nova vida a necessidade de algo que não entende,mas sente. Então, ela cria coragem e movimenta suas delicadas asas e alça voo. Contempla o mundo de cima agora. Busca flores e nesta busca encanta-se com o riso das crianças,o colorido das flores, o azul do céu que antes tão distante...o encantamento com o novo. É livre...pode voar. O horizonte agora alarga-se. E voa... voa livremente a borboleta para em algum jardim distante pousar.
              

sexta-feira, 9 de novembro de 2012



        Um desabafo apenas


  •             Há uma coisa que me intriga desde sempre,se posso dizer assim: o que move as ações dos seres ditos Humanos? Outro dia li que faltava Humanidade ao homem...e isto surpreendeu-me...não pela expressão,mas pelo que de verdade havia nas palavras. Muitos nascem e crescem sem a consciência desta Humanidade. Acham-se superiores aos outros animais por questões "racionais" (risos);superiores se ao menos percebem a existência das outras pessoas;nada os comove;nada os sensibiliza. Imagino seus corações como torrões;que se tocados -duros;que se batidos,esfarelam-se em milhões de pequenos pedaços inúteis - poeira. 
  •             Entretanto,em meio a tudo e contra esta ordem cruel de Desumanidade, existem aqueles que persistem e insistem...que trazem na alma a pureza e sensibilidade necessárias para fazer frente aos "Des-Humanos". Podem ser poucos;podem ser muitos,porém timidamente aqui e ali encontramos um "Quixote" abnegado,sonhador e desejoso de mudanças. Um ser de alma iluminada que busca a harmonia e espera enternecer quem os rodeia,expandindo uma onda de energia e amor...Amor incondicional...aquele que HUMANIZA! 
  •                Launi Guedes de Miranda